Tuesday, December 30, 2014

Para compreender as propagandas ideológicas



Propagandas ideológicas sempre empregam figuras de monstros, animais peçonhentos e criaturas diabólicas para atribuir um sentido nefasto ao adversário. Inscreva-se  http://bit.ly/canaldoAndre

Este vídeo analisa uma série de imagens utilizadas na fabulação de teorias da conspiração no século XX.
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Referência bibliográfica
GIRARDET, Raoul. Mitos e mitologias políticas. São Paulo: Cia das Letras, 1987.

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Nas mais diversas peças de propaganda ideológica da história do século XX, a gente pode observar que o padrão das narrativas das teorias da conspiração, em geral, reproduzem, essencialmente, as imagens míticas da descida progressiva para o abismo, para o subterrâneo e para as trevas.

Capitalistas contra comunistas.  Antissemitas contra judeus. Liberais contra socialistas. Nazistas contra comunistas e vice versa.

Todas as doutrinas ideológicas se empenharam para utilizar esses tipos de imagens para carregar o inimigo com um espectro sombrio, maléfico e diabólico.

É quase sempre à noite que os conspiradores combinam de se encontrar para tramar os seus planos secretos.

Esses inimigos usam vestimentas escuras e sombrias. Os homens de preto são a representação clássica da organização secreta que atua no controle do planeta.

E a noção de que eles atuam no subterrâneo e todas as suas variações – a caverna, a cripta, o porão, o andar secreto no subsolo – tudos esses símbolos têm um papel essencial na construção do discurso da conspiração.

Escritores de livros de aventuras sabem disso e utilizam essas imagens com muita desenvoltura. Eles percebem que as pessoas se impressionam muito com essas descrições.
Escritores envolventes sabem manipular a angústia dos leitores com tanta segurança, que muitos passam a desconfiar, acreditar e mesmo jurar que aquela história é verdadeira.

A partir de imagens arquetípicas, que nos causam temor desde sempre, como a escuridão, a sombra, o nevoeiro, a tempestade que se anuncia, escritores introduzem os leitores em um mundo incompreensível e, exatamente por isso:  amedrontador.

Surgidos sempre de lugares longínquos, misteriosos, os homens de preto têm a função de encarnar a ameaça do não-familiar, do Outro, do Estrangeiro no sentido mitológico do termo.

A ameaça que essas figuras inspiram é aquela que jamais deixou de assombrar os pesadelos das cidades pacíficas e ordeiras: a do vagabundo , que com a sua simples presença rondando os bairros já ameaça os lares felizes.

Ou do forasteiro misterioso que traz a doença e a epidemia, e que faz a colheita apodrecer e o gado morrer. Ou a do intruso que invade as casas das famílias e provoca perturbação e a ruína.

“A insegurança e o medo começam com a passagem dos desconhecidos que vagueiam na noite”

E é na sombra também que se escondem os animais imundos. É da sombra que eles surgem.

Não é à toa que as imagens cuidadosamente escolhidas para representar os inimigos de modo repulsivo procuram sempre associar o outro a um bestiário mítico que causa arrepios no inconsciente.

Esse bestiário reúne todo animal que rasteja, se infiltra e se esconde, que é ondulante e viscoso, que é portador da sujeira e a infecção. A serpente, o rato, a sanguessuga, o polvo... e entre os animais repulsivos, a imagem da aranha é uma das mais poderosas. E não é por acaso. A aranha é o animal peçonhento que tece a sua armadilha com uma paciência meticulosa, envolve as suas vítimas, entrelaçando a presa no emaranhado de suas teias, até devorá-la lentamente.

Pela sua capacidade de se multiplicar silenciosamente e espalhar a doença de forma invisível, a imagem da praga foi amplamente utilizada nas propagandas ideológicas para atribuir um sentido repulsivo e instigar o ódio e o desejo de extermínio do inimigo.
O porco que se alimenta do lixo, da podridão e da sujeira, e também o lobo assassino, de olhos de fogo e sedento de sangue, são outros animais que costumam fornecer imagens poderosas nas disputas simbólicas da propaganda ideológica.

Mas em uma perspectiva mitológica, as propagandas criadas para associar uma imagem torpe ao adversário político podem evoluir muito rapidamente desse bestiário sombrio e repulsivo para uma representação literalmente maléfica e diabólica do outro.

Friday, December 12, 2014

Para entender a criação do mito de conspiração



“Os protocolos dos sábios de Sião” foi um documento forjado que estimulou a teoria da conspiração mais popular da História: o mito da dominação judaica. Essa falsificação foi utilizada por Hitler e pelo nazismo para justificar o extermínio dos judeus na Segunda Guerra Mundial.
Palavras-chave: antissemitismo, nazista, Israel

Estamos em Praga, por volta da metade do século XIX, entre as sepulturas amontoadas do velho cemitério judeu. A meia-noite logo vai soar, o silêncio se torna mais pesado sobre a cidade, a escuridão se faz mais espessa. As portas do cemitério foram entreabertas; sombras deslizam furtivamente, envoltas em longos mantos, depois se reagrupam em torno de uma pedra tumular. Trata-se dos representantes das doze tribos de Israel que, segundo uma tradição secreta, devem todos os séculos, entrar em acordo sobre os procedimentos que devem tomar para garantir o sucesso do plano milenar de dominação do mundo.

E então, segundo essa história, um desses sábios  afirma mais ou menos assim: já que o povo de Israel foi pisoteado, humilhado, perseguido e teve que se dispersar pelo cinco continentes, eles deveriam dominar todo o planeta. A Terra inteira pertenceria aos judeus.

Nesse vídeo a gente vai ver como essa narrativa fictícia se desenvolveu no imaginário ocidental até se transformar no mito da grande conspiração judaica, que acabou legitimando violências da magnitude do holocausto.

Segundo Raoul Girardet, o mito da conspiração judaica tem origem em um capítulo de um livro de ficção medíocre, publicado em Berlim em 1868, com o título de Biarritz. O livro era  assinado sob o pseudônimo de Sir John Retcliffe.  E o escritor, na verdade, era um funcionário demitido do serviço dos Correios da Prússia, chamado Hermann Goedsche. Antissemita, é claro.

Depois de ter sido publicado pela Europa oriental, esse trecho em particular, isolado do seu contexto da obra de ficção, acabou chegando ao público francês pela imprensa.

Só que os jornais afirmavam que a história era verdadeira e baseada em um testemunho autêntico de um diplomata britânico chamado Sir John Readclif – assim mesmo, com a grafia ligeiramente diferente do pseudônimo do romancista.

E além disso, em vez de vários personagens que no romance original  se alternavam no discurso, nessa nova versão a conspiração judaica era revelada por um único rabino.

Não demorou para que a versão do jornal começasse a ser amplamente citada. Em 1896 um livro de François Bournaud, chamado “Os judeus, nossos contemporâneos”, reproduziu essa ideia do “discurso do rabino” e alcançou repercussão internacional.

E já em 1933, a introdução da edição sueca desse livro garantiu que o diplomata que havia revelado a conspiração judaica  havia sido misteriosamente assassinado.

Não se esqueça: o diplomata nunca existiu. Era o pseudônimo do funcionário dos correios, que era o verdadeiro autor do livro de ficção.

O fato é que essa história de um plano metódico, rigorosamente articulado para a dominação do mundo pelos judeus correu o planeta. 

Dezoito séculos pertenceram a nossos inimigos, proclama o rabino na noite do cemitério de Praga; o século atual e os séculos futuros devem pertencer a nós, povo de Israel, e certamente nos pertencerão.”
Segundo esse plano, os judeus, pouco a pouco, dominariam a economia, a política e se enraizariam em todas as esferas da sociedade. Para isso usariam da especulação financeira e da influência nos governos, ao controle das escolas e dos meios de comunicação do mundo inteiro.

O complô judeu, assim como o complô jesuítico e complô maçônico, foram mitos políticos muito presentes no imaginário do século XIX e do século XX.

Aquele “discurso do rabino”, em particular, foi a matéria-prima de um documento primordial da história ideológica contemporânea: Os protocolos dos sábios de Sião.

Os protocolos foram uma falsificação do final do século XIX, produzido pela polícia russa, antes da revolução comunista, ainda no período czarista, e que circulou em vários países antes da Primeira Guerra Mundial. Para se ter ideia do impacto histórico desse mito, esse texto forjado era citado recorrentemente por Hitler  para justificar o extermínio dos judeus.

Desde o século XIX, os folhetins e esses romances populares, direcionados a um público apaixonado por sensacionalismo, forneceram um repertório fabuloso de temas e imagens que instigaram a imaginação política das pessoas.

Mas apesar da criatividade e da diversidade de histórias, ao analisar essas narrativas, não é difícil perceber um mesmo conjunto mitológico na sua estrutura. 

Todos os mitos da conspiração, por exemplo, começam com a imagem daquela entidade secreta que deve ser vista com temor e de desconfiança: a “Organização”.

A fabulação em torno desses mitos políticos segue um roteiro que já é clássico. A organização é descrita como uma entidade repleta de segredos, indevassável e por isso é difícil entender o que “eles” estão maquinando e é quase impossível denunciá-los.  Investigá-los já é perigoso.

Para ingressar na organização é preciso passar por cerimônias e rituais em lugares secretos, clandestinos. Os membros se se comunicam por senhas, códigos e por sinais que só eles entendem. E os cúmplices estão ligados por juramentos e pactos de silêncio. 

Para cumprir seus objetivos, todos os meios são legítimos. Da delação à traição, da espionagem ao assassinato misterioso – envenenamento, desaparecimentos, acidentes...

Na fabulação dessas mitologias, o objetivo final de todas as artimanhas da conspiração não é nada menos do que a instauração do império das trevas em todo o planeta. A gente costuma se achar muito racional, mas nossos juízos políticos estão carregados de mitologias e de religiosidade.


Mas a gente vai ver isso no próximo vídeo. 

Monday, November 17, 2014

Dia da Consciência Negra



Esse vídeo recupera pontos importantes da história de lutas dos movimentos negros –  dos quilombos do século XVII ao estatuto da igualdade racial em 2010. Penso que é um bom vídeo para ajudar a compreender a importância do Dia Nacional da Consciência Negra. Vejam e compartilhem também! Essa é uma reflexão indispensável a todos os brasileiros.

Wednesday, November 05, 2014

Videoaulas



Pessoal, esses são os vídeos que produzi até agora na nova fase do canal. Vocês viram todos? Qual ficou melhor? Ainda estou experimentando as críticas já ajudaram a melhorar muitas coisas. Assim que terminar a série sobre Mitos e mitologias políticas, pretendo buscar financiamento coletivo no Catarse para produzir uma série mais longa de vídeos para discutir a pedagogia da autonomia, de Paulo Freire. (Vocês conhecem o Catarse? É uma das coisas mais legais da Internet brasileira. -->http://www.catarse.me/pt/projects) E quem tiver sugestões para novos temas, registre no próprio fórum do canal! MI casa, tu casa! 

Monday, November 03, 2014

A corrupção nossa do dia-a-dia



O Brasil inteiro está se mobilizando para combater a corrupção. Se você quer participar desse movimento e transformar o país, a primeira coisa a se fazer é encarar um importante questionamento. Assista ao vídeo e reflita.

Wednesday, October 22, 2014

Religião e política: tudo a ver!



Muitos analistas argumentam que a política é uma atividade eminentemente moderna, racional, e que aquelas paixões eleitorais são, acima de tudo, ideológicas e programáticas.
Nessa série de vídeos baseados na obra do historiador Raoul Girardet, eu vou demonstrar que grande parte dos discursos que fazem parte da imaginação política das pessoas, vêm das religiões, das crenças populares e da mitologia.

Sem perceber, porque é um fenômeno inconsciente, as pessoas se entusiasmam e  mergulham em um universo mitológico, repleto de conspirações demoníacas, profetas anunciando uma Era de Ouro e heróis prometendo conduzir o povo unido a uma Terra Prometida.

Não há ateu na política.

Ao lado da história política tradicional, que tem contribuído muito para a compreensão da dinâmica histórica, existem algumas vertentes de pesquisa que se interessam por dimensões mais sutis da realidade.

Esse é o caso da História Cultural, que estuda os discursos pelos quais as pessoas criam sentido para o mundo; da história das ideias, que investiga o surgimento e desenvolvimento dos conceitos num plano intelectual, e da história das mentalidades, que analisa as relações entre a imaginação das pessoas e o seu tempo histórico.

Esses estudos levam em consideração o fato de que a história e a cultura também são constituídos por nosso inconsciente. Não é só a razão humana que cria a realidade histórica.

Muitos fenômenos sociais só podem ser compreendidos de forma ampla se a gente considerar a dimensão irracional ou inconsciente desses fenômenos.

E o que se percebe é que em momentos de crise, seja ela política, econômica ou social, as pessoas ficam ainda mais suscetíveis ao que Girardet chama de “efervescência mitológica”.

Denúncia de uma conspiração maléfica que teria o objetivo a submeter os povos à dominação de forças obscuras.

Imagens de uma Idade de Ouro ou de uma Revolução redentora que conduziria a humanidade ao reino da justiça.

Apelo ao grande líder salvador, restaurador da ordem ou conquistador de uma nova grandeza coletiva.

Girardet demonstra que essas narrativas costumam estar presentes no segundo plano das grandes doutrinas políticas da história. E pra ele, a análise dessas mitologias ajuda a explicar a atração irresistível que muitas dessas ideias exercem sobre os seguidores.

Qual teria sido o destino do marxismo, por exemplo, se ele ficasse apenas com o seu sistema conceitual e seu método de análise e não tivesse aquele apelo profético e aquela visão messiânica que o caracteriza?

Cruzadas e guerras santas, incluindo o terrorismo, revoluções, golpes de Estado com discurso salvacionista, nostalgias de um passado idealizado e o culto dos seguidores aos líderes carismáticos também revelam a presença de componentes míticos e mesmo e religiosos em circunstâncias aparentemente laicas.

E como em toda mitologia, é aí que o mito se mostra autônomo, fechado em si mesmo, interessado apenas na auto-afirmação. Ou seja, quando a disputa se torna mitológica, a posição ideológica acaba impactando menos do que a sensação inconsciente de participar de uma batalha mítica do bem contra o mal.

Daí, talvez, o acirramento de ânimos de antagonistas que passam a odiar uns aos outros por diferenças... aparentemente políticas.
Girardet analisa quatro grandes conjuntos mitológicos que, pra ele, ajudam a explicar muitos movimentos da história. A conspiração. A idade de ouro. O salvador. E a unidade. E nós vamos discutir em detalhes cada um desses temas na série mitos e mitologias políticas.

Tuesday, October 14, 2014

Xingar não é discutir política



Tem gente que acha que discutir política é insultar, ridicularizar e ofender o antagonista. Mas na verdade isso prejudica muito, porque corrompe o raciocínio tanto de quem xinga como de quem revida.

Monday, October 06, 2014

Diploma é sinônimo de competência?



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Ivan Illich defende que a igualdade de oportunidades na educação é uma meta desejável e realizável, mas confundir educação com obrigatoriedade escolar é a mesma coisa que confundir Deus com igreja. Para ele a escola se transformou em uma espécie de religião que faz promessas de salvação aos pobres no capitalismo da era tecnológica. E não é difícil ver essas promessas exageradas nas propagandas de escola. E aí defendem a lógica de que quanto mais longa a escolaridade, melhores os resultados.

O fato é que os governos não discutem a escola e acabam chancelando esse sistema que instituiu categorias diferenciadas de cidadania a partir da posse de diplomas sucessivos, parecidos com ritos de iniciação e graus místicos de ordens religiosas.

Por isso, Ivan Illich defende que os Estados deveriam abolir na Constituição o monopólio da escola na educação. Porque para ele, a escola é um sistema que combina preconceito com discriminação. A primeira emenda da declaração de direitos do cidadão em uma sociedade moderna e humanística, segundo Ivan Illich, deveria ser: “O estado não fará leis para regulamentar a educação”. Para isso seria preciso também uma lei que proibisse qualquer discriminação baseada na frequência escolar, no momento da admissão em um emprego.

É claro que isso não excluiria a aplicação de testes de qualificação para o exercício da função. Para ele, o profissional deve ser contratado pela sua competência, não pelo seu diploma. E a competência não se mede pela frequência à escola.

Ora, qualquer professor sabe que o fato de um aluno ter passado de ano em uma disciplina não significa necessariamente que ele tem o domínio de cada ponto da ementa que consta do plano de ensino. Mas o diploma é um documento que atesta a habilidade nesse itens que, muitas vezes, não foram sequer mencionados em sala de aula.

Atenção! Mais uma vez! Ivan Illich não propõe o fim da educação, da aprendizagem, do desenvolvimento de habilidades ou da competência. O que ele questiona é a eficácia do sistema escolar e a legitimidade dos diplomas autorizados que esse sistema confere.

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Tuesday, September 30, 2014

Combates pela educação



Para contribuir na comemoração crítica do dia do professor, os vídeos apresentam discussões sobre os desafios da educação e da escola. Indicado para educadores, pedagogos e professores de todos os níveis, estudantes de pedagogia, alunos das licenciaturas e todos aqueles interessados em pensar o ensino e s aprendizagem dentro e fora das salas de aula.

Monday, September 29, 2014

Dia do professor, dia de luta



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Os pais não têm tempo para as crianças e exigem que os professores assumam toda a responsabilidade pela educação de seus filhos. Professores de escolas particulares são orientados a tratar pais e alunos como clientes. E clientes sempre têm razão. Mas os pais e alunos não se veem apenas consumidores, eles se sentem patrões dos professores. E cobram metas e resultados como um gerente de loja de departamento.

Professores da rede pública sofrem na carne as mesmas ameaças e agressões físicas que os alunos sofrem em casa ou na rua. Eles estão cansados, deprimidos, irritados, desiludidos. Sentem medo, raiva e vergonha.

Professores têm que trabalhar três turnos para sustentar a família. De manhã em uma escola. De tarde em outra, e à noite, em casa, quando outros trabalhadores descansam, professores trabalham na escrivaninha. Sessenta, setenta, oitenta horas por semana. Sábados, domingos e feriados.

É verdade. O trabalho de estudar, planejar aulas, preparar e corrigir cem, duzentas, trezentas provas, preencher diários e revisar os exercícios dos alunos raramente é remunerado. E quando o professor recebe por esse trabalho, é um valor irrisório, desproporcional.

Muita gente acha que professor só deve ser pago pelas horas de trabalho dentro de sala de aula. E não precisa receber pelas horas extras de trabalho fora de sala de aula. O salário dos professores não é condizente com as exigências que a sociedade impõe ao seu trabalho.

Para exercer o seu trabalho de ensinar, os professores precisam comprar livros, assinar jornais e revistas, ir ao teatro, frequentar o cinema, viajar, participar de congressos. Precisam de tempo para estudar as novidades na sua área, pesquisar, escrever, publicar. E precisam de tempo para cuidar dos filhos, passear, namorar, descansar. E em geral, professores não tem tempo para isso.

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Monday, September 22, 2014

Sociedade sem escolas, de Ivan Illich (Todos os vídeos)




Ivan Illich argumenta que o sistema escolar é financiado pela ilusão de que a maioria do que a gente aprende é resultado do seu ensino. Ele até admite que o ensino pode contribuir para determinadas espécies de aprendizagem, sob certas circunstâncias.
Mas pra ele, a maioria das pessoas adquire a maior parte de seus conhecimentos fora da escola, precisamente dessa escola que se tornou um espaço de confinamento durante um período grande da vida.
A maior parte da aprendizagem ocorre causalmente. Mesmo a maior parte da aprendizagem intencional não é resultado de uma instrução programada.
As crianças na primeira infância, por exemplo, aprendem no seu próprio ambiente familiar uma das habilidades mais complexas que define o ser humano: a fala.
E todo mundo sabe que, quanto mais os pais se interessam pela educação de seus filhos, e estimulam as crianças com diálogos, com leituras, com brincadeiras, com jogos, com músicas, provocando a curiosidade e a inteligência dos filhos com um vocabulário mais surpreendente e mais diversificado, mais as crianças se desenvolvem.
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Tuesday, September 16, 2014

Que tal uma sociedade sem escolas




Ivan Illich sem dúvida nenhuma foi um dos pensadores mais radicais no campo da Pedagogia. A grande provocação que ele deixou para a humanidade foi o seu livro chamado Sociedade sem Escolas, publicado em 1971. Esse livro aponta problemas muito incômodos sobre a indústria das escolas e sobre as intenções ocultas que sustentam parte do discurso que aparentemente valoriza a educação.

Ivan Illich vai direto ao ponto: para ele, o direito de aprender é simplesmente interrompido pela obrigação de frequentar a escola.  Ou seja, toda aquela organização burocrática que sustenta a rotina escolar e principalmente o prolongamento artificial do tempo de escolarização, na verdade, atrapalham a aprendizagem.
Em busca de uma solução para o desastre da escola institucional, ele defendia a criação de uma “teia educacional” capaz de oferecer a todos a oportunidade de transformar cada momento de sua vida num instante de aprendizado, de participação e de cuidado.

O modelo proposto por Ivan Illich é a criação de uma Era de Lazer, em que aprender fosse uma atividade de curiosidade constante e prazerosa que ocorreria em todos os momentos e todos os lugares.

Mas para isso é preciso combater essa economia dominada pelas indústrias de serviço, que parecem preocupadas com educação, mas na verdade só querem prolongar o tempo de consumo de seus serviços.

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tecnocracia, o que é contracultura, anarquismo, libertário, ensino, pedagogia, educação, ensinar, Paulo Freire, frases de paulo freire, pedagogia da autonomia, pedagogia do oprimido, frases paulo freire, hackschooling, pedagogia tradicional, pedagogo

Thursday, September 04, 2014

Monday, September 01, 2014

Entrevistas Dna

Está disponível a playlist com diversas entrevistas do DNA. Muitos personagens importantes da história de Uberaba foram entrevistados. Vejam lá!

Wednesday, July 02, 2014

O teatro da civilização: elegância e violência na imprensa do interior brasileiro



Essa foi a pesquisa que mais me transformou. O artigo analisa os procedimentos teatrais que as elites agrárias, políticas, econômicas e intelectuais do interior de Minas Gerais encenavam no imaginário local para conquistar distinção social, circunscrever os símbolos de prestígio e legitimar o poder sobre a população. Para isso, a partir da perspectiva crítica dos estudos dos imaginários sociais no campo da comunicação e da história cultural, efetuamos uma análise documental da imprensa de uma cidade mineira de médio porte nos anos 40 (séc. XX). Como resultado, apontamos à relação do imaginário de civilização com o empenho de justificar o uso da violência sobre os habitantes indesejáveis, especialmente mendigos, hansenianos e crianças abandonadas.

O texto havia sido publicado no livro Cultura e sociedade, causos, povo e imaginação, editado pela UFTM em 2010. Mas como ele é muito importante, redigi o trecho das referências teóricas, que são indispensáveis, e publiquei o texto reformulado na Revista Conexão: comunicação e Cultura, da Universidade de Caxias do Sul.

Uma história social de Uberaba



A pesquisa em história não pode ser inocente. Não pode ser inofensiva. Não pode ser mera perfumaria. Ou o trabalho é crítico, ou é inútil. Este artigo efetua uma revisão bibliográfica de teses e dissertações recentes que analisaram a História de Uberaba, cidade localizada no Oeste de Minas Gerais. O objetivo é sistematizar os resultados dessas pesquisas para compreender questões como as práticas de violência empregadas pelas elites em nome da
civilização; as contradições do coronelismo na região; os procedimentos de violência simbólica das elites agrárias; as estratégias de coerção social, preconceito e xenofobia empregadas nessa sociedade; assim como as lutas contra-hegemônicas travadas por novos atores do período de renascimento urbano dos anos 1930/40. Com isso, a ideia é oferecer subsídios para pesquisas interessadas em estudar as tensões, as representações e os antagonismos que constituem a história da sociedade de Uberaba, do Oeste de Minas Gerais e da região central do país, sob a ótica da História Cultural e Social

O artigo disponível na íntegra na História Revista, periódico da Universidade Federal de Goiás. Usem e abusem.