Monday, May 25, 2015

Toda educação é política



Acabei de publicar mais um vídeo da série Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire! Desta vez explico o caráter político dos projetos pedagógicos e demonstro de que modo as mais diversas ideologias estão presentes nas práticas educativas. A partir de Paulo Freire, explico também que o discurso da neutralidade costuma ser apenas uma forma de ocultar o direcionamento ideológico na escola. Penso que pode ser um bom ponto de partida para um debate lúcido e interessante sobre as visões de mundo, os pontos de vista e os condicionamentos políticos na educação. Para quem ainda não leu Paulo Freire, vale a pena ver o vídeo antes de comentar! ;)

Veja também pelo Facebook - https://www.facebook.com/pedagogiaautonomia


Monday, May 18, 2015

Pedagogia da autonomia, de Paulo Freire



Está no ar o novo vídeo da série Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire. Este vídeo discute o princípio de que todo conhecimento é inacabado, no sentido de que é um processo que se desenvolve continuamente. O próprio ser humano é um projeto ainda inconcluso. Uma educação humanizadora, portanto, é aquela em que o sujeito participa dos processos de construção do conhecimento e de reinvenção da humanidade com a sua inteligência e a sua sensibilidade. Mas para isso, é preciso superar a consciência ingênua e desenvolver a consciência crítica por meio de uma educação humanizadora. Todos estão convidados para assistir ao vídeo e interferir  nas ideias de Paulo Freire, registrando as suas interpretações no fórum!

Tuesday, January 20, 2015

O mito do herói salvador na política



Vídeo explica como o mito do herói é encenado pelos políticos que querem se apresentar como aquele capaz de combater o mal e salvar o seu povo. Inscreva-se  http://bit.ly/canaldoAndre
Confira os outros vídeos da série "Mitos e mitologias políticas" goo.gl/ic1SfU
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Como vimos no vídeo anterior, em tempos de crise, quando uma sociedade se sente ameaçada por inimigos, reais ou imaginários, as pessoas ficam ansiosas e passam a invocar a presença de um herói salvador para libertá-las do mal.

Muitas vezes os heróis são criados a partir de uma série de manipulações conscientes dos agentes históricos, que aprendem a ler os sinais do seu tempo. Eles identificam o código das angústias sociais e passam a encenar aquele papel que a sociedade espera do seu herói.

Napoleão é um caso clássico. Ele tinha muita consciência da necessidade de encomendar pinturas que o representassem de forma heróica, de encomendar peças de música e de teatro onde a sua figura era louvada, e com isso ele cnquistava a reverência das pessoas.

Mas para se criar um herói nacional são necessários alguns pré-requisitos.

1) Primeiro, é preciso uma certa disponibilidade social. É o que Girardet chama de “O tempo da espera e do apelo”.

2) Depois há o tempo da presença, quando o herói salvador finalmente se anuncia.

3) Por fim, há o tempo da lembrança, quando a figura do salvador do passado vai se modificando por conta dos movimentos da memória coletiva.

De acordo com o momento histórico, a sociedade precisa de um herói com essa ou aquela característica. Giradet procura simplificar em quatro categorias.

A primeira imagem legendária é a do velho homem que conquistou fama nas guerras do passado. Ele comandou grandes contingentes, exerceu com honra diversos cargos e depois decidiu se retirar da vida pública.

Mas em um momento crucial, esse homem abandona o seu projeto de uma velhice tranquila e obedece ao chamado de seu povo. E sob o discurso de ter feito uma “doação de sua pessoa“ para a sua pátria, ele conquista um poder supremo.

Outro tipo de herói é aquele que se caracteriza pelo ímpeto e pela audácia conquistadora dos jovens em busca da glória. O seu poder não depende da nostalgia das pessoas. Ele vem do entusiasmo, da ação imediata. Esse herói não oferece proteção. O que ele propõe é um chamado à aventura.

Agora, se durante aquele momento revolucionário o herói parece deixar a ordem humana para ingressar em uma esfera sagrada, ele pode também, no cotidiano do poder, se tornar o fundador de uma nova ordem institucional.

E é aí que entra em cena o terceiro tipo de herói: o homem providencial. São os pais fundadores da nação. São aqueles que se apresentam como os únicos capazes de sustentar as instituições, porque são os fiéis guardiões dos fundamentos da pátria.

E por fim, há o mito do profeta.

O profeta é aquele que anuncia um novo tempo, que consegue ler na história os sinais que os outros ainda não conseguem perceber. O profeta se apresenta como se fosse conduzido por uma espécie de impulso sagrado para guiar o seu povo pelos caminhos do futuro.

Nas propagandas ideológicas ele é apresentado com aquele olhar inspirado que atravessa a neblina do presente. Com seu carisma, ele vincula o seu destino pessoal ao destino coletivo. O chefe profético, portanto, não é apenas um simples representante, mas ele simboliza a presença de todo o povo conduzindo a pátria. Ele é a sua encarnação no sentido mais profundamente religioso do termo: encarna a nação na totalidade de seu destino histórico, em seu passado, em seu presente e em seu futuro.

Agora, ainda que seja uma fabulação, todo processo de heroificação depende da relação entre a personalidade do salvador e as necessidades de sua sociedade, em um momento histórico.
Ou seja, mesmo com muita propaganda, não é tão fácil criar um herói. O candidato a herói tem que ter, nas suas características pessoais, um conjunto de elementos que correspondem às expectativas da sociedade naquele momento.

Napoleão é um bom exemplo dessa dinâmica. Em cada fase de sua vida ele soube representar o tipo de herói necessário para a sua época. Do jovem audacioso, guerreiro e aventureiro, ao homem providencial, fundamento da pátria.

A análise da imagem do herói é muito interessante;
Como ele é formulado em sintonia com o imaginário de seu tempo, a identificação das características dessa figura ajuda na interpretação das ideologias, das mentalidades e dos modelos de autoridade que são aceitos em uma sociedade.

Palavras-chave: comunismo, fascismo, capitalismo, nazismo, imperialismo, segunda guerra mundial, propaganda ideológica, Hitler, Mussolini, general franco, Napoleão